Os 20 carros que tiveram os maiores aumentos de preço
As concessionárias andam lotadas ultimamente. Porém, o excesso de contingente é só de automóveis zero km. Clientes para comprá-los? Poucos.
Visitamos uma loja da capital paulista, em uma movimentada avenida, e
encontramos vendedores de braços cruzados, checando o celular, navegando
na internet... Mas nada de negócios fechados. Os raros interessados
visitam as lojas sem compromisso, só na olhadinha, para pesquisar e
sonhar. E dá-lhe cafezinho sem aperto de mão.
Infelizmente, essa situação se repete por todo o país. A cena ilustra os
números negativos que vêm sendo divulgados desde o ano passado sobre o
setor automotivo, no segmento de novos. Demanda, vendas e produção caem.
Mas o efeito dominó não derruba os preços.
Enquanto as vendas recuaram 25,7% e a produção caiu 25,8% no acumulado
do ano, os preços aumentaram 7,4%, em média, segundo a consultoria Jato
Dynamics. Na verdade, esse índice não chega a ser assustador - está
abaixo da inflação registrada durante o período, de 9,28%, segundo o
IPCA-IBGE. No entanto, alguns modelos subiram bem acima do índice.
É o caso do VW High Up!, que ficou 17,2% mais caro (R$ 7.550) nos
últimos 12 meses, o maior aumento de todos em termos percentuais - em
números absolutos, o campeão seria o Toyota SW4 SRX a diesel, que subiu
de R$ 201.950 para R$ 224.400, um aumento de R$ 22.450 que representa
uma alta percentual de 11,1% sobre o valor de maio de 2015.
O levantamento feito pela consultoria de mercado Data2Mkt a pedido de
QUATRO RODAS considerou os modelos fabricados no Brasil, nos países do
Mercosul e no México (com os quais o país possui acordos de comércio que
reduzem a incidência de impostos), e não inclui veículos importados dos
EUA, Europa e Ásia, que em geral tiveram aumentos ainda maiores por
causa da desvalorização do real.
A pesquisa também se limitou a apenas uma versão por modelo - no caso, a
versão que teve a maior subida de preço dentro da linha.
"Os reajustes podem ser justificados tanto pelo acréscimo de itens de
série, quanto pelo percentual de conteúdo importado em cada modelo", diz
o consultor Paulo Garbossa. "Há casos em que, mesmo com a fabricação
nacional, metade do custo da produção do carro é tarifado em dólar. Com a
moeda americana em alta, esse aumento é diretamente passado ao
consumidor", afirma.
Além disso, o crescimento nos preços públicos também pode estar ligado à
alta demanda por alguns modelos específicos, como é o caso do Honda
HR-V e o Jeep Renegade. Os SUVs tinham até 90 dias de espera em seus
respectivos lançamentos, há pouco mais de um ano.
O Honda é hoje o sexto automóvel mais emplacado no acumulado de 2016,
enquanto o Jeep é o décimo primeiro, segundo o ranking da Fenabrave. Na
pesquisa, o HR-V EX CVT teve uma alta de 12,7% ou R$ 10.200, enquanto o
Renegade Longitude 1.8 subiu 11.9% ou R$ 9.590.
fonte:Exame
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